Nossa organização anarcossindicalista de camponeses e operários

A influência do movimento antiglobalização

Foi diferente aquele final de século, a construção de um novo mundo torna-se a pauta principal das periferias rurais e urbanas. A organização da Ação Global dos Povos agregou coletivos que de forma autônoma, planejaram ações espetaculares contra as reuniões dos chefes dos monopólios e dos estados. A sabotagem e os enfrentamentos nas ruas sinalizaram uma nova onda de luta emancipatoria dos trabalhadores. Em Chiapas a guerrilha zapatista impõe uma derrota nos planos estadunidenses de submeter os povos do continente ao liberalismo. Os ventos da Anarquia voltam a soprar como uma tempestade.

Política interna

O projeto neoliberal é enterrado pela crise econômica, inflação e desemprego. Há anos os libertários propunham nos encontros mundiais antiglobalização a reorganização internacional do anarquismo e sua atuação no movimento camponês e operário insurgente. As táticas anarquistas aplicadas na luta social ganha repercussão e estimula a organização de grupos de propaganda em todos os cantos. Frente à organização autônoma dos povos o reformismo acendeu a alternativa burguesa de pacto social, um governo social-fascista-desenvolvimentista. A política de alianças com setores liberais desagradou grande parte da militância de base, agitaram os sindicatos, as lutas contra o peleguismo ganha força. Os acordos da esquerda institucional com o latifúndio e os monopólios acirraram uma ruptura sindical com os partidos de esquerda, representados pelo sindicalismo da CUT, até hoje a maior central de trabalhadores e orientada pelo Partido dos Trabalhadores PT.

A aliança da Liga com o Sindicalismo

A organização da Liga Libertaria deu-se a partir de um grupo agitação e propaganda dos novos movimentos de resistência global – o movimento antiglobalização dos povos. O avanço da lavoura açucareira e de combustíveis no interior paulista com apoio do governo social reformista do PT agravou as contradições com os sindicalistas nas usinas. É durante uma reunião sindical, realizada no Quilombo Dandara e Zumbi, no ano de 2003, que a idéia da Comuna e da Confederação Camponesa e Operária ganha corpo, é formada um grupo de estudos e de ação do anarcossindicalismo.

Associação Internacional dos Trabalhadores AIT

A orientação sindical fornecida pela Liga Libertaria nos aproximou das teses sindicais e dos congressos da Associação Internacional dos Trabalhadores AIT e da sua seção brasileira. Logo percebeu-se que a seção brasileira (depois verificado internacionalmente também) seria formada por elementos não sindicais, por indivíduos roqueiros que nada entendem de sindicalismo. A crítica a AIT se forma dentro do agrupamento e rompemos com objetivo de reorganizar a luta anarcossindicalista e programar uma organização de tipo coerente e conseqüente com sua plataforma geral.

A crítica realizada pela LSOC no final de 2003-04 é realizada também pela CNT-Espanhola em 2016, isso leva a uma reorganização da AIT sem elementos sectários e não sindicalistas.

Liga Sindical Operária e Camponesa

Após a reunião no Quilombo, um novo encontro definiu a tese anarcossindicalista para a orientação de Sindicatos, Ligas Camponesas e Operárias. É fundada a Liga Sindical Operária e Camponesa. É formada uma comissão confederativa e um secretariado de relações sindicais. É formado núcleos no campo, nas indústrias, nas escolas, universidades, nas favelas e nas aldeias. Nesse momento atuamos com três regionais no interior de São Paulo e umas no Paraná, na divisa com São Paulo, alem de pontos logísticos no Mato Grosso do Sul e contando com simpatizantes contribuintes no Rio de Janeiro e Goiás.

Lutas Sindicais

O trabalho de base, a articulação de elementos ativos, a circulação por uma área de 1000km2 permitiu a ação do sindicalismo de ação direta nas cidades e no campo, onde se destaca:

  1. Reorganização do Sindicato dos Empregados Rurais de Presidente Prudente e Região.

Reorganização da luta pela terra no oeste de São Paulo.

Formação dos acampamentos Chico Mendes nos municípios de Rancharia, Martinopolis e Paraguaçú Paulista.

Articulação das Jornadas Carnaval Vermelho e Negro com mais de 50 ocupações de latifúndios entre os anos de 2005 a 2010.

  1. -12 Greves de cortadores de cana na regional de Andradina

-Reorganização do sindicato dos empregados rurais e da agricultura familiar de Andradina.

-10 Ocupações de Terras na regional de Andradina

-Formação de uma comuna camponesa no município de Castilho

  1. -Reorganização do Sindicato de Empregados Rurais de Candido Mota

-2 Greves de cortadores de cana no município de Assis/SP.

-2 Greves de cortadores de cana no município de Paraguaçu Paulista

  1. -Oposição Sindical e tomada do sindicato de Paraguaçu Paulista
  1. – Oposição Sindical e tomada do sindicato dos rurais de Presidente Venceslau e Marabá Paulista

– Luta pela terra e assentamentos rurais em Marabá Paulista.

Expansão, Reorganização e Luta

  1. – Formação da Regional da LSOC no Alto Paranapanema (São Miguel, Itapetininga e Sorocaba).
  1.            – Formação da Liga de Defesa da Educação LDE em 2011.

– Greves estudantis mobilizam 3.000 estudantes no interior paulista e cinco escolas são ocupadas.

– Participação na greve da educação em 2013

– Participação na ocupação de escolas por professores e secundaristas em 2015

– Participação nas Jornadas de Junho de 2013

  1. – Formação da Liga de Defesa das Mulheres LDM em 2016.

– Seminário sobre a questão indígena

– Apoio a ocupação Marias da Consolação em 2017

– Apoio a ocupação Fortaleza em 2017.

  1.            – Apoio e assessoria na derrubada do ditador que presidia a Federação dos Empregados Rurais Assalariados de São Paulo FERAESP, apoio na formação da nova diretoria.
  1. – Articulação de reorganização do Bloco Autônomo

– Intervenção na Marcha Antifascista de São Paulo

– Participação do ato no consulado argentino contra a morte do ativista Santiago Maldonado

Influências e Movimentos que nos inspiram

Comuna de Paris – Associação Internacional dos Trabalhadores – Carta de Aimens – Princípios do Sindicalismo Revolucionário – Anarcossindicalismo – Bakunin – Emma Goldman – Rudolf Rocker – Nestor Makhno – Plataforma Organizacional dos Comunistas Libertários – Exército Insurgente Makhnovista – Mujeres Libres – Revolução Social Espanhola – Revolução Zapatista – Movimento Antiglobalização – Movimento Passe Livre – Revolução Curda – Greve Geral de 1917 – Revolução Russa – Guerras Camponesas – Ligas Camponesas – Resistência Indígena.

Combatemos e denunciamos

Oportunistas – Pelegos – Fascistas – Machistas – Racistas – Lgbtfóbicos – Partidos de todo tipo – Sectários – Liberais.

Nossos Desafios

Superar a organização de coletivos e propor formas mais avançadas de agremiação. Entendemos o tipo de organização confederada e o sindicalismo seja a resposta, e para tanto, estimulamos nossa militância a constituir sindicatos, ligas e oposições, essas são as ferramentas necessárias para a emancipação da classe do jugo da burguesia. São ferramentas necessárias e fundamentais, para o trabalho de organizar os milhões de trabalhadores para o enfrentamento.

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