Anarcossindicalismo

1. Princípios do Anarcossindicalismo

2. Bandeiras e simbolos do Anarcossindicalismo

3. Colunas Libertárias

4. Anarcossindicalismo

1. Princípios do Anarcossindicalismo

A origem social atual, também chamada ordem capitalista, se apoia na escravidão economica, social e política do povo trabalhador e encontra os seus alicerces no “direiro de propriedade”, quer dizer no monopólio da posse, e , por outro lado, no Estado, isto é, no monopólio do poder.

Por meio do monopólio (*) da terra e dos outros meios de produção, nas mãos de um pequeno grupo social de privilefiados, as classes produtoras (**) estão forçadas à vender aos proprietários as suas capacidades espirituais e físicas para poder viver, e consequentemente, tem que entregar a maior parte do produto do seu trabalho aos monopolistas.

Desta maneira, mantidos em uma situação de escravos, sem direiros os trabalhadores não tem nenhuma influência no processo de produção, nem nas finalidades da produção, que ficam ao critério do capitalista.

É natural portanto, que no estado de coisas atual, a produção não esteja determinada pelas necessidades dos seres humanos, mas sim pela condição de lucro máximo dos capitalistas e empresários.

Mas o sistema capitalista também existe na troca e na distribuição dos produtos, e, neste campo as consequencias são as mesmas que na indústria: exploração sem limites das grandes massas em favor de uma minoria de proprietários.

Se a exploraçã dos produtores é o objetivo mais ou menos disfarçado da produção capitalista,o engano dos consumidores é a finalidade do comercio capitalista.

Sob o sistema capitalista, todas as descobertas da ciência e do processo espiritual, são dominadas pelos monopolistas. Qualquer desenvolvimento da técnica, da química, etc, ajuda a aumentar, incrívelmente a riqueza das classes possuidoras (*)  em  horrível contraste com a miséria social de grande parte da sociedade e com a insegurança economica constante da classe produtora.

Na luta constante dos vários grupos capitalistas nacionais, pelo controle dos mercados, forma-se uma fonte constante de crises econômicas tanto nacionais quanto mundiais, que se descarregam periodicamente em guerras demolidoras, cujas consequencias são sofridas pela parte mais pobre da sociedade.

A divisão da sociedade em classes e a concorrência brutal de “todos contra todos” é uma característica da sociedade capitalista e trabalha para degenerar o caráter do ser humano e os seus sentimentos morais.

Os preciosos sentimentos de apoio mútuo e de solidariedade, herança que a humanidade recebeu dos estágiosanteriores de sua evolução, são colocados em plano secundários ao passo que os hábitos e caracteres morbidos e anti-sociais como o crime, a prostituição e todos os outros fenômenos de podridão social, são estimulados pelo capitalismo.

Com a evolução da propriedade privada e das diferenças de classes que estão ligadas a ela,  as classes proprietárias tiveram a necessidade de uma organização política que tivesse todos os recursos técnicos e toda a força necessária para defender os seus privilégios e que mentivesse a opressão das grandes massas: foi assim que surgiu o Estado.

Em primeiro lugar o Estado é uma consequência do monopólio particular e da divisão de classes e, logo que começa a existir, ele age com todos meios da astúcia e da violência em favor da manutenção do monopólio e das diferenças de classe, tentando manter para sempre a escravidão economica e social das grandes massas do povo.

A forma exterior do Estado não muda em nada estes fatos fundamentais. Monarquia ou Republica, ditadura ou democracia, são no fundo formas políticas diferentes do mesmo sistema de exploração economica, elas podem ser diferentes na fachada e nos detalhes, mas no seu íntimo não passam de uma encarnação da força organizada das classes dominantes.

(*) Para o anarquista o monopólio sempre existe dentro do capitalismo mesmo quando existe “concorrência”, isto porque o capitalismo está assentado na propriedade privada dos meios de produção, que são, frutos do trabalho de toda a sociedade ee estão nas mãos de uma minoria. É por isso que Proudhon diz que a “propriedade é um roubo”.

(**) Rocker, seguindo a tradição anarquista dá esse nome as classes trabalhadoras que criam toda a riqueza social.

(***) As classes possuidoras são as minorias sociais que são donas do dinheiro, dos capitalis, das terras e das indústrias. São o que hoje chamamos de patronato, burguesia (N.doT)

Com o surgumento do Estado, começa o tempo da centralização, da organização de cima para baixo.

A Igreja e o Estado foram os primeiros representantes deste sistema e permanecem até hoje como seus principais apoios.

O Estado, por sua própria natureza, que subordinar todos os tiposde atividade humana ao seu controle, A centralização fui cade vez pior quanto mais o Estado conseguiu ampliar e conslidar as suas funções.

O centralismo é a forma mais desenvolvida daquele sistema que atribui ao capricho de pessoas paticulares a regulação dos assuntos de todos.

Por este meio o indivíduo converte-se em simples marionetes movidos desde cima, em uma engrenagem morta de uma maquina monstruosa.

No Estado, os interesses gerais devem ceder o seu lugar para os privilégios de uma minoria, a iniciativa individual se dobra às ordens de cima, a responsabilidade interior tranforma-se em uma disciplina morta, a educação da personalidade se reduz a um amestramento mecânico, e tudo isso com o objetivo de formar “bons cidadãos”, que não se atrevam à tocar nos fundamentos da ordem existente e que sejam objetos varatos de exploração pelo mercado capitalista do trabalho.

O Estado se transforma então em um poderoso obstáculo para todo o progresso e toda a evolução cultural da humanidade, na mais forte trincheira das classes possuidoras contra as aspirações de emancipação do povo trabalhador.

Rudolf Rocker/Digitação DP/LSOC

2. Bandeiras do Anarcossindicalismo

Negro acima e o vermelho abaixo

O negro representa a dor e o luto
O vermelho o sangue

Bandeira da Anarcossindicalista LSOC

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3. Colunas Libertárias

O anarcossindicalismo é uma corrente de pensamento que aparece no final do século XIX e no princípio deste. Tem como características fundamentais: A intenção de agrupar o mundo do trabalho para a defesa de seus interesses imediatos e obter melhoras em sua qualidade de vida. Para isso forma sindicatos;

­ A criação de uma estrutura na qual não hádirigentes nem poder executivo; O desejo de transformação radical da sociedade, transformação àqual se chega por meio da revolução social. Sem finalidade transformadora não existe o anarcossindicalismo.

O anarcossindicalismo tem a convicção de que as causas da desigualdade social e a injustiça se baseiam na no poder, no princípio da autoridade, que faz com que uma minoria mande, disponham da riqueza que gera a sociedade e mantenha seus privilégios por meio da violência, e a maioria obedeça, não tenha mais que o que precisa para sobreviver e sofra a violência deste grupo majoritário. Consequentemente, o anarcossindicalismo, para eliminar a injustiça, se opõe ao princípio da autoridade, à decisão das elites e à representação máxima do poder, oEstado.

Frente à Organização hierárquica e autoritária do Estado ­capital e de seu aparato repressivo, o anarcossindicalismo opõe a sua Não­Organização. Esta supõe um processo no qual as decisões são tomadas a partir da base, em que as pessoas participam, em que não há liderança (ou ela estámuito limitada), não há repressão e existe plena liberdade e igualdade na troca de ideias, opiniões e iniciativas. O anarcossindicalismo procura se parecer o menos possível com o Estado ­capital.

É portanto a maior antiorganização em comparação com o modelo organizativo existente hoje: o autoritário.

Seja pela espada, pela recompensa ou pela religião, muitas foram as chefias que sentiram a chamada, mas poucas as que lograram a transição ao Estado. Antes de obedecer as ordens de trabalhar e pagar tributos, as pessoas comuns tentavam fugir para terras de ninguém ou territórios inexplorados. Outros resistiam e tentavam lutar contra a milícia. A maioria das chefias que tentaram impor quotas agrárias, impostos, prestações de trabalho pessoal e outras formas de redistribuição coercivas sobre uma classe plebeia voltaram para formas mais igualitárias ou foram totalmente destruídas. Por que umas triunfaram enquanto outras fracassaram? Osprimeiros Estados evoluíram a partir de chefias, mas nem todas as chefias puderam evoluir até se converterem em Estados. Para que pudesse se dar a transição teriam que ocorrer duas condições: a população não só teria queser numerosa (de 10 000 a 30 000 pessoas), mas também teria que estar 6 cincunscrita, ou seja, estar confrontada com uma falta de terras para as quais as pessoas que não queriam suportar recrutamentos, impostos e ordens pudessem fugir.

                    

Finalidade da anarcossindical

Depois deste congresso não será mais pão que reclamaremos. Apartir de hoje reclamaremos justiça, reclamaremos equidade. Lutamos com desvantagem, mas afirmo que temos o direito à vida, e para conquistar este direito só nos resta o recurso legal e supremo de nos rebelar. Devemos nos preparar para lutas cruéis. O mundo burguês se arruína por si mesmo. Não precisaremos empurrar muito para derrubar o pilar carcomido que o sustenta. O princípio da  autoridade está tão distendido…”(O delegado dogoverno e as forças da repressão tentam suspender o encontro e provoca um bom conflito.) “…Não pretendo dar espaço para que a autoridade cometa uma lerdeza; mas tenho o dever e o direito de manifestar que o princípio da autoridade está podre até a própria medula. É preciso que nos demos conta do momento atual. Quando o mundo burguês cair, quando toda a escória social injusta e desumana for arruinada para sempre, será necessário mostrar para o mundo que ele foi aniquilado pelo peso de suas próprias falhas. Não somos nada, somos escravos; quando homens e quando 31 anciãos exprimidos pelo privilégio e pela desigualdade, durante toda a nossa vida de misérias e sofrimentos levamos, atédescermos à tumba, o estigma desta sociedade iníqua e cruel. Se faz necessário,então, companheiros, que no dia da liquidação das injustiças o povo derrube os restos do regime decrépito assoprando as cinzas para que ele jamais possa se reconstruir.

 

4. Anarcossindicalismo

Anarcossindicalismo/Anarco-sindicalismo


Demonstração de força da Coluna Anarcossindicalista organizada pela LSOC no Vale do Rio Paraíba

O anarco-sindicalismo é um ramo do anarquismo que se concentra no movimento camponês e operário.

Os anarcossindicalistas atuam em ligas e sindicatos como uma força potencial para a emancipação social revolucionária, substituindo o capitalismo e o Estado por uma nova sociedade solidariamente autogerida pelos trabalhadores. Os princípios básicos do anarcossindicalismo são a solidariedade dos trabalhadores, a ação direta e a autogestão dos trabalhadores. Os anarcossindicalistas acreditam que apenas a ação direta – isto é, a ação concentrada em alcançar diretamente uma meta em oposição à ação indireta, como eleger um representante para uma posição do governo – permitirá aos trabalhadores se libertarem.

Além disso, os anarcossindicalistas acreditam que as organizações de trabalhadores (as organizações que lutam contra o sistema de salários que na teoria anarcossindicalista acabarão por formar a base de uma nova sociedade) deveriam ser autogerenciadas. Eles não devem ter chefes ou agentes de negócios – em vez disso, os trabalhadores devem ser capazes de tomar todas as decisões que os afetam. Rudolf Rocker foi uma das vozes mais populares do movimento anarcossindicalista. Ele delineou uma visão das origens do movimento, o que buscava e por que era importante para o futuro do trabalho em seu panfleto anarcossindicalismo de 1938. A Black Internationalist Anarcho-Syndicalist League (Liga Negra Anarcossindicalista Internacionalista) é uma federação anarcossindicalista internacional presente em diferentes países, com presença no Brasil, Paraguay e Indonésia. O Anarcossindicalismo ibérico jogou e ainda desempenha um papel importante no movimento trabalhista. Foi também uma força importante na Revolução Social Espanhola.